Começaram a ser escritos no século XIX, com a chegada ao Brasil do engenheiro francês Jean Antoine Felix Dissandes de Monlevade.
Com 28 anos, Jean de Monlevade desembarcou no Rio de Janeiro no dia 14 de janeiro de 1817. Formado em Engenharia de Minas, o jovem francês seguiu para a província de Minas Gerais, onde adquiriu terras na comarca de São Miguel do Piracicaba. Ali, ele construiu sua Forja Catalã e sua moradia, o Solar Monlevade.
Anos depois, o
francês constituiu sua família, casando-se em 1927, com a sobrinha do Barão de
Catas Altas, Clara Sophia de Souza Coutinho, com quem teve dois filhos, João
Pascoal e Mariana. Jean de Monlevade veio a falecer em 14 de dezembro de 1872.
Próximo às terras do francês formou-se gradativamente um pequeno povoado, constituído principalmente de agricultores. Cortados por alguns córregos, as terras eram relativamente férteis, o que possibilitava aos habitantes do lugarejo tirar o seu sustento. Vestidos geralmente de branco, os habitantes do pequeno povoado atravessavam as colinas da região, o que lhes rendeu o apelido de “Carneirinhos”, nome que posteriormente seria dado àquela localidade.
Durante vários anos, Carneirinhos viveu à sombra do progresso
que vinha das terras de Monlevade e na dependência econômica de Rio Piracicaba,
sede do município desde 1911. Em 27 de dezembro de 1948, com a promulgação
da Lei Estadual número 336,criou-se o Distrito de João Monlevade, integrando
numa só circunscrição administrativa as antigas terras de Jean de Monlevade e
as propriedades dos Carneirinhos, desanexadas do município sede que era Rio
Piracicaba.
Com a elevação do distrito de João Monlevade ocorreu a
criação da Paróquia São José Operário e a nomeação do seu primeiro pároco, o
Cônego José Higino de Freitas. Em seguida começaram a funcionar várias
entidades e órgãos de grande valor histórico para o distrito: em 1949 foi
instalado o Cartório de Registro Civil, em 1951 foi criado o Sindicato dos
Trabalhadores Metalúrgicos, em 1952 foi inaugurado o Hospital Margarida, em
1955 foi criado o Ginásio Monlevade. Com o crescimento cada vez mais latente do
então distrito, em 1958 foi formada a Comissão Pró Emancipação.
Como o próprio nome sugere, a Comissão de Emancipação foi criada
com o intuito de lutar pela emancipação de João Monlevade. Integraram a
Comissão o presidente Germin Loureiro; os membros Randolfo Moreira de Souza,
José Loureiro, Alberto Pereira Lima, Wander Wanderley de Lima e Carlos
Caldeira; os colaboradores Vereador Benedito Marcelino, Padre João Batista
Gomes Neto, Geraldo de Paula Santos, Antônio Loureiro Sobrinho, Gentil Bicalho,
Oswaldo Silva, Olímpio Carvalho Lage, José Pedro Machado, Astolfo Linhares,
Alonso Leite, Raimundo José Caldeira e Pedro José Caldeira. Após movimentarem
os corredores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a Comissão de
Emancipação conseguiu que em 29 de abril de 1964, o distrito de João Monlevade
fosse elevado à categoria de município.
Consumada a emancipação, foi nomeado intendente, Bolívar Cardoso
da Silva, que instalou o Governo Municipal. Em seguida foram realizadas as
primeiras eleições municipais, e no dia 5 de dezembro de 1965 foi
instalada a primeira Câmara Municipal, constituída dos seguintes vereadores:
Sebastião Batista Gomes (Presidente), João Amaro Gomes (vice-presidente),
Ronaldo Frade (Secretário), Acrísio Engrácio Pires, Amaro Zacarias Gorgozinho,
Carlos Caldeira, Francisco Rosa Alves, Jonathas de Oliveira, José Ferreira
Soares, José de Oliveira Couto, José Pedro Machado, Laudelino Antônio da
Fonseca e Vicente Corrêa Domingues. Após a posse dos vereadores, em palanque
armado na Praça Sete de Setembro, essa Câmara Municipal empossou o primeiro
prefeito de João Monlevade, Wilson Alvarenga, e seu vice-prefeito, Josué
Henrique Dias.
Fonte: Câmara Municipal de JM